ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 1º de dezembro de 2013
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 1º de dezembro de 2013
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Iniciamos hoje, Primeiro Domingo do Advento, um
novo ano litúrgico, isso é, um novo caminho do Povo de Deus com Jesus Cristo, o
nosso Pastor, que nos guia na história para o cumprimento do Reino de Deus. Por
isto, este dia tem um encanto especial, nos faz experimentar um sentimento
profundo do sentido da história. Redescobrimos a beleza de estar todos em caminho:
a Igreja, com a sua vocação e missão, e toda a humanidade, os povos, as
culturas, todos em caminho pelos caminhos do tempo.
Mas em caminho para onde? Há uma meta comum? E
qual é esta meta? O Senhor nos responde através do profeta Isaías, e diz assim:
“No fim dos tempos acontecerá/ que o monte da casa do Senhor/ estará colocado à
frente das montanhas/ e dominará as colinas./ Para aí correrão todas as
gentes,/ e os povos virão em multidão:/ “Vinde, dirão eles, subamos à montanha
do Senhor,/ à casa do Deus de Jacó:/ ele nos ensinará seus caminhos,/ e nós
trilharemos as suas veredas”” (2, 2-3). Isto é aquilo que nos diz Isaías sobre
a meta para onde vamos. É uma peregrinação universal para uma meta comum, que
no Antigo Testamento é Jerusalém, onde surge o templo do Senhor, porque dali,
de Jerusalém, veio a revelação da face de Deus e da sua lei. A revelação
encontrou em Jesus Cristo o seu cumprimento, e o “templo do Senhor” tornou-se
Ele mesmo, o Verbo feito carne: é Ele o guia e junto à meta da nossa peregrinação,
da peregrinação de todo o Povo de Deus; e à sua luz também outros povos possam
caminhar rumo ao Reino da justiça, rumo ao Reino da paz. Diz ainda o profeta:
“De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças, foices./ Uma
nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão mais para a
guerra” (2, 4). Permito-me repetir isto que nos diz o Profeta, escutem bem: “De
suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças, foices./ Uma nação
não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão mais para a
guerra”. Mas quando acontecerá isto? Que belo dia será, no qual as armas serão
desmontadas, para se transformar em instrumentos de trabalho! Que belo dia será
aquele! Que belo dia será aquele! E isto é possível! Apostemos na esperança, na
esperança da paz, e será possível!
Este caminho não está nunca concluído. Como na
vida de cada um de nós, há sempre necessidade de começar de novo, de
levantar-se, de reencontrar o sentido da meta da própria existência, assim,
para a grande família humana é necessário renovar sempre o horizonte comum rumo
ao qual somos encaminhados. O horizonte da esperança! Este é o horizonte para
fazer um bom caminho. O tempo do Advento, que hoje começamos de novo, nos
restitui o horizonte da esperança, uma esperança que não desilude porque é
fundada na Palavra de Deus. Uma esperança que não desilude, simplesmente porque
o Senhor não desilude nunca! Ele é fiel! Ele não desilude! Pensemos e sintamos
esta beleza.
O modelo desta atitude espiritual, deste modo de
ser e de caminhar na vida é a Virgem Maria. Uma simples moça do campo, que leva
no coração toda a esperança de Deus! Em seu ventre, a esperança de Deus tomou
carne, fez-se homem, fez-se história: Jesus Cristo. O seu Magnificat é o
cântico do Povo de Deus em caminho, e de todos os homens e mulheres que esperam
em Deus, no poder da sua misericórdia. Deixemo-nos guiar por ela, que é mãe, é
mãe e sabe como guiar-nos. Deixemo-nos guiar por ela neste tempo de espera e de
vigilância ativa.
A todos desejo um bom início de Advento. Bom
almoço e até mais!
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