Votar sim ou não no plebiscito de Dezembro 2011

Plebiscito é uma consulta oficial à população de um país, de um Estado ou de um município sobre questões éticas, políticas, económicas ou sociais que vão determinar algum tipo de legislação que regula a convivência social.
No caso presente, a consulta será feita aos cidadãos Paraenses e aos brasileiros que fizeram seu registro eleitoral neste Estado, para que seja decidido se querem manter o território intacto, ou se querem que haja uma separação/emancipação para formar dois novos Estados que levarão os nomes de Estado do Tapajós, na nossa região Oeste, e o de Estado do Carajás, na região Sul. O voto pode ser:
“não”, aos dois possíveis Estados;
“sim” para formar dois novos Estados;
“sim” para o Estado do Tapajós e “não”, para o Estado do Carajás;
“não”para o Estado do Tapajós e “sim” para o Estado do Carajás.


A questão fica difícil para as pessoas que não gostam, não podem ou não têm tempo para participar em discussões e cursos de esclarecimento sobre tais temas. No entanto, é pedido aos cristãos que votem sempre com o objetivo de obter a justiça social, a dignidade da pessoa e o bem-comum. Estas linhas podem servir de orientação. Mas o voto é sempre individual.
O novo causa sempre, ou fascínio ou temor, no coração dos seres humanos. O Fascínio leva à criatividade, à ousadia, ao desejo de ser mais. O temor, por outro lado, reforça a prudência na decisão, a segurança da experiência passada, o instinto natural de defesa e preservação.
Muitos dos paraenses que já tomaram conhecimento do teor do plebiscito do dia 11 de Dezembro próximo, em todo o Estado do Pará, estão experimentando o dilema dessa dupla sensação: uns alimentam o sonho da mudança, como oportunidade para ser mais, ter mais…; outros se agarram à imagem do mapa do Estado do Pará, que a escola desenhou no cérebro de cada um, e qualificam de traição covarde o gesto de querer modificar tal mapa com a divisão.
A menos de um mês da data – e sem esquecer que muita gente ainda não ouviu falar do plebiscito, apesar da propaganda institucional – acreditamos que amplos segmentos da sociedade paraense vão fazer uma votação instintiva no, naturalmente conservador, impulso de preservar intacta a imagem do mapa do Pará.
Mas, afinal, o que está em jogo nesta consulta popular?
Independentemente dos agentes políticos que fazem propaganda a favor dos novos Estados ou contra eles, há determinadas verdades que devemos ter a coragem de levam em conta:
1. O Estado do Pará é realmente muito grande (1.247.689,515 km² = 14 vezes maior que Portugal)
2. Os órgãos de governo ficam muito longe do Oeste do Pará (Belém fica a 1000 km)
3. O Estado, por ser muito grande, não pode estar presente em todas as regiões.
4. O Oeste do Pará não recebe a atenção do Governo. Há a sensação de abandono.
5. No Brasil há Estados bem pequenos que também abandonam o povo…
6. Tem muita gente corrupta que está na frente da luta pela divisão do Estado.
7. Dividir o Estado vai custar muito dinheiro ao Brasil.
8. Mas o Brasil tem dinheiro e o tem gastado com projetos menos importantes.
9. Muita gente vai ter trabalho e com bons salários.
10. Há a esperança de que o novo Estado seja a oportunidade para uma política com ética.
Haverá outras razões fortes a favor e contra a divisão do Estado. Aliás, a palavra divisão já nos direciona para o contra… Dividir, separar, não parece positivo…
Mas, não esqueçamos que a população de Belém também vota! E é lá que se encontra a maioria dos eleitores do Estado. Ele serão, naturalmente, contra a divisão do Estado. Além disso, quer na região Oeste, que na região Sul do Estado, muitos eleitores irão votar contra a divisão do Estado. Por isso, o voto SIM vai ter grande dificuldade em atingir a maioria, no plebiscito. Diante de tudo isso, e prevendo já a derrota, cremos ser mais aconselhável o voto SIM. Eis as razões:
O não pode ser visto como fidelidade ao Estado, mas também como aceitação e continuação do abandono a que estamos sujeitos. E pode parecer “puxa-saquismo”.
a) Imagine o povo da nova Diocese de Óbidos votar não e o sim ganhar! Como iríamos ficar, diante do governo do novo Estado?!!!
b) O sim, se vencer, é oportunidade de começar diferente, melhor, mais ético.
c) O sim, se for derrotado, é um protesto contra a situação atual. É um fato que o governo está longe!
d) O sim, derrotado, é aviso para que o governo mude de atitude e dê atenção à gente do Oeste.
Por isso tudo, nos parece ser mais vantajoso e próprio de quem quer ser mais e trabalhar mais pelo bem comum, votar SIM, sabendo que dificilmente sairá vencedor.
Repetimos. O voto é livre, é intransferível, é pessoal, é seu. Vote conforme sua consciência lhe disser…


Total de eleitores no Estado = 4.836.039 possivelmente 900.000 não irão votar;
possivelmente 900.000 serão voltos nulos.
Bastam 1.600.000 votos não, para barrar o sim.


Pastoral Social da nova Diocese de Óbidos

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